23 julho 2011

Introdução a Pneumatologia: Parte 6

XI- A Unção Para o Serviço
Jesus foi ungido com o espírito Santo para servir (At. 10:38; Lc 4:18, 19). Assim também recebemos a unção coletiva (2Co 1:21, 22), mas alguns de seus membros são individualmente ungidos para ministérios específicos, segundo os propósitos de Deus. Vejamos a unção do Espírito Santo conforme 1 João 2:20, 27.


a)- ‘’Tendes a unção do Santo’’. Esta unção santifica e separa os crentes para o serviço de Deus;
b)- “E sabeis tudo’’. Também proporciona conhecimento das coisas de Deus em geral;
c)- ‘’Fica em vós’’ (v.27).  É permanente no crente;
d)- Unção que vos ensina todas as coisas (27). É didática, pois possibilita ensino contínuo das coisas de Deus;
e)- ‘’É verdadeira’’ (v.27). Não falha, pois procede da verdade, que é Deus;

f)- ‘’E não é mentira’’ (V.27). É sem dolo; sem falsidade. É possível que houvesse entre certos líderes daqueles dias uma falsa unção, que imitava a verdadeira.                                                                                                               

Fruto do Espírito: O caráter de Cristo em nós

Definições acerca do Fruto do Espírito:

São virtudes e qualidades manifestadas pelo Espírito Santo na personalidade do crente. Elas são resultados das características que havia em Cristo (2Co. 4:10, 11; Jo. 15:1-5), e que foram introduzidas na vida do pecador que se arrepende através da regeneração.

- O Fruto do Espírito é a expressão da natureza e do caráter de Cristo em nós.

- O Fruto do Espírito é algo nascido por atuação do princípio divino e não por esforço ou empreendimento humano.

- É através do Fruto do Espírito que o cristão participa da natureza divina.

- O Fruto do Espírito representa os atributos comunicáveis de Deus e os traços de seu caráter.

- O Fruto do Espírito não é produzido na vida de alguém que vive de qualquer maneira e sim resultado de uma vida redimida.

- O Fruto do Espírito é o sinal certo da vida saudável do crente.

Conceito Teológico:

Vejamos os diferentes aspectos desse conceito:

1.Maturação: A palavra Fruto, do grego é karpós e significa maturação, e junto à palavra Espírito significa: conjunto de virtudes amadurecidas como resultado da comunhão constante com o Senhor.


2.Unidade: Fruto e não frutos. A palavra ocorre no singular, significando unidade de virtudes.


3.Origem: Vem de Deus (Tg. 1:7), pois Ele é amor (1Jo. 4:8).


4.Perspectiva Pentecostal: O fruto e os dons têm que andar em equilíbrio (Êx. 28:33-35) “Uma campainha de ouro e uma Romã”.


A Bíblia deixa claro que sem o fruto, a atuação dos Dons perde a eficácia, valor e recompensa (1Co. 13:8, 9).


Diferença entre o Fruto e os Dons:


Embora tanto os Dons como o Fruto sejam produzidos pelo Espírito Santo, existe uma diferença nas manifestações:


·         Os Dons são distintos – o Fruto sendo nônuplo é indivisível;

·         Os Dons conferem poder – o Fruto confere autoridade;

·         Os Dons comunicam espiritualidade – o Fruto comunica irreprensão;

·          Os Dons identificam-se com o que fazemos – o Dom identifica-se com o que somos;

·         Os Dons podem ser imitados – o Fruto jamais será;

·         Os Dons são dados e recebidos – o Fruto é gerado em nós;

·         Os Dons vêm após o batismo com Espírito Santo – o Fruto vem apartir da regeneração;

·         Os Dons vêm de fora, do alto – o Fruto vem do interior;

·         Os Dons vêm completos e perfeitos – o Fruto requer tempo para crescer e desenvolver;

·         Os Dons são dotações de poder – o Fruto é uma expressão do caráter de Cristo;

Fruto do Espírito: O Caráter De Cristo Em Nós

O Fruto do Espírito é indivisível e forma uma unidade espiritual. É impossível ter-se uma parte dele e não possuir a outra.

As qualidades do fruto do Espírito estabelecem três relações básicas do cristão:

Com Deus: amor, gozo, e paz;

Com o próximo: longanimidade, benignidade e bondade;

Consigo mesmo: fé, mansidão e temperança.

Amor:

Não se trata do que é baseado em sentimentos humanos, este é o amor Ágape (grego). É o Espírito Santo que inspira na alma, este amor a Deus e aos homens. É o amor inabalável concedido livre e gratuitamente. Este amor é decisivo (1Jo. 4:8 – 1Co. 13:13). É p amor buscando o interesse dos outros.

Gozo:

É a alegria produzida pelo Espírito Santo, que nos estimula a viver, andar e realizar a obra de Deus. É o que Cristo concede aos seus seguidores (Jo. 15:11). A alegria é o âmago da adoração. Não é por causa das circunstâncias e sim pelo Espírito Santo.

Paz:

É a que o mundo não possui e nem a conhece. No hebraico é Shalon e no grego é Eirene. Ela descreve a serenidade, a tranqüilidade e o perfeito contentamento da vida (Is. 32:17).

Paz é obter aquele estado de espírito que conserva a mente na confiança do Senhor (Fl.4:7). Inclui uma reação interior (Fp. 4:6) e relacionamento harmonioso com os outros.

Longanimidade:

Relaciona-se com atitude da pessoa para com os outros e envolve uma recusa em revidar ou se vingar do mal. Literalmente é paciência; é a paciência que temos com o nosso próximo.

Ser longanimo é tolerar a má conduta dos outros contra nós, sem nunca buscar vingança (Rm. 12:12).

Benignidade:

Diz respeito à pessoa que vai além da tolerância de não desejar o mal a ninguém, e da benevolência de querer o bem a todos. No grego significa Chrestotes, gentileza, doçura de temperamento, sobretudo com as pessoas simples (2Co. 6:6).

Bondade:

É a verdadeira prática do bem. É o amor em ação (Gl. 6:10). É um passo além da benignidade; no grego é Agathosune que se refere ao homem bom, cuja generosidade brota do coração. É o amor de Deus ajudando.

Fé:

No grego é Pistis, com o sentido de fidelidade, lealdade. Confiança expressa numa vida de fé. A fidelidade reflete a natureza do nosso Pai celeste. À medida que este fruto amadurece em nós, nossa confiança em Deus é fortalecida.

Mansidão:

No grego é Prantes, significa placidez, modéstia. É um termo que contrasta com a soberba. Ela se refere aquela serenidade ou atitude interior do cristão, no modo de agir e reagir às situações adversas. Aristóteles a descreve como o meio termo entre a disposição excessiva à ira e a incapacidade de irar-se.

Temperança:

No grego é Egkratéia, que quer dizer autocontrole, domínio próprio. Os dicionários definem temperança como “Uma virtude cardial que nos induz a refrear a sensualidade e a usar todas as coisas com moderação. Significa literalmente; reprimir com mão firme, ou controle da vida do ego, por meio do Espírito Santo.

I-                  Os Dons do Espírito Santo

Etimologia da Palavra:

1-   Dom no grego é ‘’Dõron’’, cognato de ‘’Didõmi’’, ‘’dar’’, é usado acerca de: a) presentes apresentados como expressão de honra (Mt. 2:11); b) doações para sustento do templo e necessidades dos pobres (Mt. 15:5-Mc. 7:11-Lc. 21:1, 4); c) ofertas oferecidas a Deus (Mt. 5:23, 24- Mt. 8:4- Mt. 23:18, 19- Hb. 5:1- Hb. 8:3, 4); d) a salvação pela graça como dom de Deus (Ef. 2:8); e) presente para comemoração mutua de uma ocasião (Ap.11:10).



2-   Dons Espirituais no grego é “Pneumatika”, derivado de Pneuma, ‘’espírito’’. A expressão refere-se ás manifestações sobrenaturais concedidas como dons da parte do Espírito Santo, e que operam através dos crentes, para o seu bem comum (1Co. 12:7- 1Co: 14:1).



3-   Uma outra tradução para a palavra Dom no grego é ‘’Charisma’’, dom da graça, dom envolvendo a graça ‘’Charis’’, por parte de Deus como Doador. Indicam que os dons espirituais envolvem tanto a motivação interior da pessoa, como o poder para desempenhar o ministério referente ao dom (isto é a capacitação dinâmica) recebido do Espírito Santo. Esses dons fortalecem espiritualmente o corpo de Cristo e aqueles que necessitam de ajuda espiritual (Rm. 12:6-Ef. 4:11). É usado acerca de: a) as Suas dotações gratuitas aos pecadores (Rm. 5:15, 16- Rm. 6:23- Rm. 11:29); b) as Suas dotações aos crentes mediante a operação do Espírito Santo na Igreja (Rm12: 6- 1Co. 1:7-1Co. 12:4, 9, 28, 30,31- 1Tm. 4:14- 2Tm. 1:6- 1Pe. 4:10); c) aquilo que é dado através da instrução humana (Rm. 1:11); d) o Dom natural da continência, conseqüente a graça de Deus como Criador (1Co. 7:7); e) as libertações graciosas concedidas em respostas ás orações dos companheiros crentes (2Co. 1:11).

4-   Outra tradução para Os Dons Espirituais no original é ‘’Charismata’’, palavra que significa ‘’Graças’’, ou seja, os Dos Espirituais são dádivas, são favores imerecidos que Deus concede aos homens que estão dispostos a servi-Lo e que, por obediência, já alcançaram o batismo com Espírito Santo. A verificação do significado da palavra ‘’Charismata’’ é muito importante, pois demonstra, de forma cabal, que os Dons Espirituais são concessões divinas, decorrem do exercício da Sua infinita misericórdia, não havendo, portanto, qualquer merecimento, qualquer mérito por parte daqueles que são aquinhoados pelo Espírito Santo com um Dom espiritual.

O Dom espiritual é concedido não porque alguém seja mais espiritual ou melhor do que o outro, mas em virtude da soberana vontade do Senhor. Quem diz não somos nós, mas a própria Palavra de Deus: ‘’Mas um só mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer’’ (1Co. 12:11).

  

5-   Ministérios no grego é ‘’Diakonia’’, ‘’serviço’’. Isso mostra que há diferentes tipos de serviço e que certos dons envolvem o recebimento da capacidade e poder de ajudar e assistir o próximo (1Co. 12:4, 5,27-31- Ef: 4.7,11-13).



6-   Operações ou Efeitos no grego ‘’ energemata’’, derivado de ‘’Energes’’, que significa ‘’Ativo’’, ‘’Enérgico’’. O termo indica que os dons espirituais são operações diretas do poder de Deus Pai, visando resultados definidos (1Co. 12:6, 10).



7-   A manifestação do Espírito no grego ‘’ Phanerosis’’, derivado de ‘’Phaneros’’, ‘’manifestar’’. realça o fato de que os dons espirituais são manifestações diretas da operação e da presença do Espírito Santo na congregação (1Co. 12:7-11).


Definições acerca dos Dons Espirituais:


a)- Dons do Espírito Santo são dádivas espirituais concedidas ao Corpo de Cristo para edificar e aperfeiçoar o crente no exercício do ministério cristão.

b)- Os Dons do Espírito Santo são os meios pelos quais os membros do corpo de Cristo são habilitados e equipados para realização da obra de Deus. Sem os Dons do Espírito, ao invés de a Igreja ser um organismo vivo e poderoso, seria apenas uma organização humana e religiosa.

c)- Os Dons não são recompensas provenientes da firmeza ou maturidade espiritual do crente (1Co. 14:20- 1Co. 1:11 - 1Co. 3:1-3), mas graças espirituais (charismata) facultadas unicamente pela bondade e misericórdia divina (Rm. 12:6 – 1Co. 12:7).

d)- Os Dons do Espírito Santo não são habilidades naturais, talentos humanos santificados, poderes mentais ou força da vontade humana. Assim como ocorreu na Igreja de Corinto (1Co. 12:1) e Colossos (Cl. 2:18), muitos místicos, falsos profetas e realizadores de milagres infiltram-se na Igreja moderna.

Infelizmente, a falta de discernimento na Igreja local facilita o ministério do engano (At.20:28-31 – 1Co. 12:3).

e)- Os Dons não são nossas qualidades morais e sim, obra e graças do Espírito Santo. Não é fruto da maturidade, e nem por ter um bom caráter. O Dom é encarnacional, ou seja, é espiritual, mas o homem é que é usado.

f)- Os Dons espirituais são uma concessão especial e sobrenatural pelo Espírito Santo, de capacidade divina sobre o crente, para serviço especial na execução dos propósitos divinos para e através da Igreja. São como que faculdades da Pessoa divina operando no ser humano.

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