30 agosto 2008

Vinho, vinagre, abstinência, moderação.


VINHO Onze palavras heb. diferentes são assim traduzidas no AT. A distinção exata entre todas elas é difícil, e, certamente, im­possível de se determinar agora.


No entan­to, a maior parte delas é usada apenas algu­mas vezes. O interesse maior liga-se a duas palavras do AT que são usadas diversas ve­zes: yayin (134 vezes) e tirosh (38 vezes). A contraparte do NT é oinos (usada 33 vezes). O termo heb. yayin "parece ser usado para descrever 'todos os tipos de vinho'" (Ne 5.18), desde o simples suco de uva, ou um xarope engrossado, até as bebidas alcoólicas mais fortes com as quais os israelitas estavam familiarizados, cujo uso freqüentemente le­vava a cenas deploráveis de embriaguez" (Fairbairn, Imperial Standard Bible Ency­clopedia, VI, 341).

Esta é a palavra usada na primeira referência bíblica ao vinho (Gn 9.21). Ele era intoxicante, e então fez com que Noé caísse em uma condição vergonho­sa, a qual deu ocasião a um grave pecado por parte de seu filho, Cam. Melquisedeque trouxe pão e yayin para o conforto de Abraão (Gn 14.18). As filhas incestuosas de Ló o usa­ram para causar em seu pai uma condição inebriante (Gn 19.30-38).

Esta palavra é usada em relação ao vinho apresentado como uma oferta de bebida (ou libação) ao Senhor (Ex 29.40, et al.).

Os sacerdotes eram proibidos de beber yayin quando ministravam no Tabernáculo (Lv 10.9). Pode ser inferido que a ingestão de vi­nho foi o que causou o erro de Nadabe e Abiú que resultou em sua destruição (Lv 10.1,2). Semelhantemente, ele era proibido ao nazi­reu durante o período de sua separação (Nm 6.3,20).


Os recabitas recusavam-se a beber vinho, porque um notável antepassado havia recomendado que não o fizessem (Jr 35.6,7). O propósito daquele homem foi, aparentemen­te, conservar a vida simples e nômade de seu povo, evitando que se envolvessem com os perigosos luxos da civilização.

O termo heb. tirosh é usado para o suco que acabou de ser extraído das uvas, e freqüen­temente traduzido como "vinho novo". Cer­tamente a palavra é usada aparentemente até mesmo para denotar o suco ainda não espremido das uvas (Is 65.8; Mq 6.15).


Quan­do se permitia que o suco fermentasse, o re­síduo, borra ou sedimento, ao depositar-se no fundo do reservatório, dava força e sabor ao vinho. Antes de ser servido, o vinho deve­ria ser filtrado para eliminar a borra (veja Borra; Resíduos). Apenas uma vez a intoxi­cação é presumivelmente sugerida em cone­xão com a palavra tirosh (Os 4.11), mas o Talmude deixa claro que ele também pode­ria ser fermentado.

O termo gr. oinos é a tradução dos dois ter­mos hebraicos na Septuaginta. Todas as re­ferências do NT ao vinho, exceto uma (At 2.13), usam esta palavra. O termo gr. refe­re-se a "vinho, normalmente ao suco de uva fermentado" (Arndt, p. 564). O processo de fermentação é evidentemente citado em Marcos 2.22, e o suco, quando colocado pela primeira vez nos odres, é chamado de "oinos novo".


Na festa de casamento de Caná, o Senhor Jesus transformou a água em oinos, e este foi elogiado como sendo melhor que o servido anteriormente (Jo 2.1-10).

O termo vinagre (heb. homes, gr. oxos) na Bíblia refere-se ao vinho azedado ou fermen­tado, o vinagre de vinho que era mais bara­to do que o vinho normal, e assim uma bebi­da predileta para as camadas mais baixas da sociedade (Rt 2.14). A profecia em Sal­mos 69.21, "Na minha sede me deram a be­ber vinagre", teve um cumprimento no mo­mento do sofrimento do Senhor Jesus na cruz (Mt 27.48; Me 15.36; Lc 23.36; Jo 19.28-30). Os soldados romanos bebiam um vinho fino e azedo que em latim era chamado de acetum, "vinagre, vinho azedado".

Abstinência total ou moderação? Muita dis­cussão tem reinado entre os estudantes da Bíblia quanto a se as Escrituras ensinam a abstinência total ou se sancionam o uso mo­derado de vinho. Podem ser encontradas autoridades que insistem que quando o vinho fermentado é citado, é sempre por meio de condenação, e que os versículos que parecem recomendar o uso de vinho sempre têm em vista o suco não fermentado (John W. Haley, Alleged Discrepancies ofthe Bible, p. 252). Entretanto, é duvidoso que essa tese possa ser mantida.


Todos concordam que a Bíblia uniformemente condena o bebedor de vinho ou bêbado (Pv 23.20,21), e a embriaguez e o abuso do vinho (Pv 20.1; 21.17; 23.30,31; Is 5.22; 28.7; Jl 1.5; Am 6.6; Hc 2.5; Ef 5.18; 1 Tm 3.8; Tt 2.3). Mas o vinho foi sugerido por Paulo a Timóteo para propósitos medicinais (1 Tm 5.23).

O próprio Senhor Jesus deve ter compartilhado algum vinho, porém foi incorretamente classificado como um "beberrão" (Mt 11.19; Lc 7.34). Aos crentes, porém, foi recomendado que se abstenham do vinho, se isto for colocar um tropeço dian­te de um irmão mais fraco (Rm 14.21).

Mui­tos que reconhecem que a Bíblia não proíbe absolutamente o uso do vinho, entretanto, sentem que "a completa abstinência pode ser amplamente defendida com base nos princí­pios bíblicos" (Roland H. Bainton, "Total Abstinence and Biblical PrincipIes", CT, 7 de julho de 1958, pp. 3-6).

Uso figurativo. O vinho é retratado como algo que "alegra o coração do homem" (SI 104.15). Ele é, portanto, usado como uma metáfora para a alegria e a satisfação trazidas pela salvação do Senhor (Is 55.1; Zc 10.7). O Se­nhor Jesus comparou seu ensino do reino e uma nova criação com o vinho novo que pode­ria romper os odres velhos da tradição judai­ca (Mt 9.17).


Quando as nações são inexora­velmente forçadas a suportar os juízos terrí­veis nas mãos de Deus, a situação é às vezes retratada como se elas fossem forçadas a be­ber o cálice cheio "de vinho do furor" (Jr 25.15; 51.7; Ap 14.10; 16.19). Tornar-se intoxicado com falsos ensinos e maus princípios é sim­bolizado sob a figura de tornar-se embriaga­do com vinho (Ap 14.8; 17.2; 18.3).



(Dicionário Wycliffe. CPAD. p.2021-2022)

23 agosto 2008

Agradecimentos

Eu e Minha Thalitinha

Eu, Thalitinha e meu Amor na casa de nossos amigos: Pr. Neemias e irmã Selma em Manguinhos.


Sou grato ao Senhor nosso Deus, por tudo o que Ele tem feito por mim e por minha família. Reconheço que não sou merecedor de nada que Ele tem me concedido. Através desta postagem quero tornar público o meu agradecimento a todos os meus irmãos, que durante a semana toda me acompanham no programa Bom Dia Esperança (Rádio Esperança 88,3 FM). EU quero glorificar ao Senhor pelas amizades construídas através desta programação, são tantas pessoas de vários bairros do Rio de Janeiro que durante dois anos estão comigos todas as manhãs.
Que Deus possa recompensar de forma gloriosa a cada um que tem contribuído para nos mantermos no ar. Obrigado pelas orações e pelo carinho .
Nos laços do calvário,
Herlon Charles

14 agosto 2008

Carta a um obreiro intinerante



Querido, se você estiver lendo esta carta, é sinal que chegou em paz ao hotel, e que acabou de abrir a sua mala de viagem.

Confesso que fiquei bastante entusiasmada com o fato de seu ministério começar a ganhar projeção nacional. Percebia em seu semblante a alegria e em seus gestos a euforia diante dos convites recebidos.


No retorno de cada viagem, a sua chegada em casa era bastante aguardada por mim e pelas crianças, pois além de matar a saudade, ouvia-mos acerca das maravilhas que Deus estava realizando através da sua vida.

O tempo passou, os convites aumentaram, e o que não esperava aconteceu: você se distanciou de mim. Não é fácil passar um mês inteiro sozinha, visto que ao final de cada evento, de lá mesmo, você atende outro convite. Me sinto desamparada, angustiada e aflita.

Em suas raras e rápidas passadas em casa, você não conversa mais comigo, não me olha mais, não me percebe mais, nem me deseja mais. Estou sofrendo. Não lhe falei sobre o assunto pessoalmente porque não tive a oportunidade.

As crianças estão sentindo a sua falta. O Júnior chora constantemente sem nenhum motivo aparente. Acorda durante a noite chamando por você. Fico analisando, o que será que ele vai pensar do pai quando crescer? Será que ele terá seqüelas por isto?

Faço o possível para não demonstrar publicamente meus sentimentos, finjo que tudo está bem, mas parece que os irmãos já perceberam a situação, sem falar que sempre perguntam por você.

Não gostaria de me sentir como um obstáculo para o teu ministério, contudo, acredito numa frase que li a pouco tempo que dizia: "Nenhum sucesso compensa o fracasso da família".

Pense nisto. Na esperança de dias melhores,

Tua esposa.

Te amo.

OBS: Esta carta é baseada em fatos reais.



Extraído de Altair Germano

13 agosto 2008

A Bíblia Que as Testemunha de Jeová Usam


Os cristãos que se envolvem em discussões com as testemunhas de Jeová devem estar cientes de que a assim chamada "Bíblia" que as testemunhas de Jeová usam contém uma série de modificações introduzidas ao texto com o único propósito de sustentar as doutrinas da Torre de Vigia.

O apóstolo Pedro disse a respeito das cartas inspiradas de Paulo que "nas quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, como o fazem também com as outras Escrituras..." (II Ped. 3:16).


Freqüentemente, tal torcer das Escrituras é limitado à sua interpretação e isso foi feito pela Sociedade Torre de Vigia por três quartos de século. Ela publicou cópias das versões da Bíblia, que mencionam o nome "Jeová" no Antigo Testamento, junto com instruções detalhadas sobre como fazer com que as Escrituras parecessem ensinar que Deus condenou a vacinação, que Abraão e os profetas fiéis seriam ressuscitados para a terra em 1925, que Deus inspirou a Grande Pirâmide do Egito, e assim por diante.

Mas havia doutrinas que eram muito difíceis de ser fundamentadas nas versões clássicas da Bíblia, não importando quanta distorção pudesse ser aplicada ao texto.

Assim, durante os anos da década de 50, os líderes da Torre de Vigia foram além da interpretação, produzindo sua própria versão da Bíblia, com centenas de
versos modificados para se ajustarem às doutrinas da Torre de Vigia. E a sua Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas continua a ser modificada com o passar dos anos, com as mudanças feitas para trazer a palavra de Deus a uma conformidade maior com o que a organização ensina.

Por exemplo, ao invés de "cruz", a Tradução do Novo Mundo usa a expressão "estaca de tortura" ‑ para apoiar o ensinamento das testemunhas de Jeová de que Jesus foi pregado em um poste ereto sem trave horizontal. Ao invés de "Espírito Santo", nós achamos referências ao "espírito santo" ou "força ativa", reforçando a negação da deidade e personalidade do Espírito Santo feita pelas testemunhas de Jeová. Cristo fala não da sua segunda volta, mas de sua "presença" (que as testemunhas de Jeová acreditam ser invisível).

A Tradução do Novo Mundo sistematicamente se dispõe a eliminar a evidência da divindade de Cristo. Ao invés de "cair aos pés de Jesus para o adorar" as pessoas faziam "reverência" a ele. João 1:1 não mais afirma que "o Verbo era Deus", mas que "o verbo era deus". Jesus não disse: "Antes que Abraão existisse, eu sou". Mas, para evitar a associação com "EU SOU" de Êxodo 3:14, a declaração de Jesus se torna: "Antes de Abraão vir à existência, eu tenho sido".
Mas a mudança mais difundida na Bíblia da Torre de Vigia é a inserção do nome Jeová 237 vezes no Novo Testamento. É claro que é apropriado um tradutor escolher o nome Jeová ou Yahweh no Antigo Testamento onde o tetragrama YHWH realmente aparece no texto hebraico.


Mas a Torre de Vigia foi além inserindo o nome Jeová no Novo Testamento, onde ele não consta nos manuscritos gregos. Basta verificar uma tradução do original dos textos gregos da Bíblia para notar que o nome Jeová não aparece ali.

Para achar exemplos específicos das distorções mencionadas acima, consulte o Índice de Assuntos. Dois casos que se destacam na demonstração da linha doutrinária das Testemunhas de Jeová estão em Romanos 14:8,9 (onde a inserção do nome "Jeová" produz um lógico non sequitur no texto inglês) e Hebreus 1:6 (onde as edições anteriores diziam "E todos os anjos de Deus o adorem", mas em edições mais recentes ‑ especialmente em língua inglesa a palavra "adorem" foi substituída por "reverenciem").

(Para considerações mais detalhadas, veja O Novo Testamento das Testemunhas de Jeová, Robert H. Countess [1982, Presbyterian and Reformed Publishing Co., 136 páginas, editado em inglês]).


Postado por João 8:32

Ciência não exclui Deus

Ciência Não Exclui Deus Postado em Fé e Ciência . Ateísmo, Deus, Ciência, Fé, Cristianismo

O biólogo americano Francis Collins é um dos cientistas mais notáveis da atualidade. Diretor do Projeto Genoma, bancado pelo governo americano, foi um dos responsáveis por um feito espetacular da ciência moderna: o mapeamento do DNA humano, em 2001. Desde então, tornou-se o cientista que mais rastreou genes com vistas ao tratamento de doenças em todo o mundo.

Collins também é conhecido por pertencer a uma estirpe rara, a dos cientistas cujo compromisso com a investigação do mundo natural não impede a profissão da fé religiosa. Alvo de críticas de seus colegas, cuja maioria nega a existência de Deus, Collins decidiu reagir. Ele lançou há pouco nos Estados Unidos o livro The Language of God (A Linguagem de Deus). Nas 300 páginas da obra, o biólogo conta como deixou de ser ateu para se tornar cristão aos 27 anos e narra as dificuldades que enfrentou no meio acadêmico ao revelar sua fé. “As sociedades precisam tanto da ciência como da religião. Elas não são incompatíveis, mas complementares”, explica o cientista em entrevista publicada pela revista Veja, 25-1-2007.
Leia mais (Imperdível!!!)


Veja – No livro A Linguagem de Deus, o senhor conta que era um “ateu insolente” e, depois, se converteu ao cristianismo. O que o fez mudar suas convicções?

Francis Collins – Houve um período em minha vida em que era conveniente não acreditar em Deus. Eu era jovem, e a física, a química e a matemática pareciam ter todas as respostas para os mistérios da vida. Reduzir tudo a equações era uma forma de exercer total controle sobre meu mundo. Percebi que a ciência não substitui a religião quando ingressei na faculdade de medicina. Vi pessoas sofrendo de males terríveis. Uma delas, depois de me contar sobre sua fé e como conseguia forças para lutar contra a doença, perguntou-me em que eu acreditava. Disse a ela que não acreditava em nada. Pareceu-me uma resposta vaga, uma frase feita de um cientista ingênuo que se achava capaz de tirar conclusões sobre um assunto tão profundo e negar a evidência de que existe algo maior do que equações. Eu tinha 27 anos. Não passava de um rapaz insolente. Estava negando a possibilidade de haver algo capaz de explicar questões para as quais nunca encontramos respostas, mas que movem o mundo e fazem as pessoas superar desafios.
Veja – Que questões são essas para as quais não encontramos respostas?


Collins – Falo de questões filosóficas que transcendem a ciência, que fazem parte da existência humana. Os cientistas que se dizem ateus têm uma visão empobrecida sobre perguntas que todos nós, seres humanos, nos fazemos todos os dias. “O que acontece depois da morte?” ou “Qual é o motivo de eu estar aqui?”. Não é certo negar aos seres humanos o direito de acreditar que a vida não é um simples episódio da natureza, explicado cientificamente e sem um sentido maior. Esse lado filosófico da fé, na minha opinião, é uma das facetas mais importantes da religião. A busca por Deus sempre esteve presente na história e foi necessária para o progresso. Civilizações que tentaram suprimir a fé e justificar a vida exclusivamente por meio da ciência – como, recentemente, a União Soviética de Stalin e a China de Mao – falharam. Precisamos da ciência para entender o mundo e usar esse conhecimento para melhorar as condições humanas. Mas a ciência deve permanecer em silêncio nos assuntos espirituais.

Veja – A maioria dos cientistas argumenta que a crença em Deus é irracional e incompatível com as descobertas científicas. O zoólogo Richard Dawkins, com quem o senhor trava um embate filosófico sobre o tema, diz que a religião é a válvula de escape do homem, o vírus da mente. Como o senhor responde a isso?

Collins – Essa perspectiva de Dawkins é cheia de presunção. Eu acredito que o ateísmo é a mais irracional das escolhas. Os cientistas ateus, que acreditam apenas na teoria da evolução e negam todo o resto, sofrem de excesso de confiança. Na visão desses cientistas, hoje adquirimos tanta sabedoria a respeito da evolução e de como a vida se formou que simplesmente não precisamos mais de Deus. O que deve ficar claro é que as sociedades necessitam tanto da religião como da ciência. Elas não são incompatíveis, mas sim complementares. A ciência investiga o mundo natural. Deus pertence a outra esfera. Deus está fora do mundo natural. Usar as ferramentas da ciência para discutir religião é uma atitude imprópria e equivocada. No ano passado foram lançados vários livros de cientistas renomados, como Dawkins, Daniel Dennett e Sam Harris, que atacam a religião sem nenhum propósito. É uma ofensa àqueles que têm fé e respeitam a ciência. Em vez de blasfemarem, esses cientistas deveriam trabalhar para elucidar os mistérios que ainda existem. É o que nos cabe.

Veja – O senhor afirma que as sociedades precisam da religião, mas como justificar as barbaridades cometidas em nome de Deus através da história?

Collins – Apesar de tudo o que já aconteceu, coisas maravilhosas foram feitas em nome da religião. Pense em Madre Teresa de Calcutá ou em William Wilberforce, o cristão inglês que passou a vida lutando contra a escravatura. O problema é que a água pura da fé religiosa circula nas veias defeituosas e enferrujadas dos seres humanos, o que às vezes a torna turva. Isso não significa que os princípios estejam errados, apenas que determinadas pessoas usam esses princípios de forma inadequada para justificar suas ações. A religião é um veículo da fé – essa, sim, imprescindível para a humanidade.

Veja – O senhor diz que a ciência e a religião convergem, mas devem ser tratadas separadamente. Como vê o movimento do “design inteligente”, em que cientistas usam a religião para explicar fatos da natureza que permanecem um mistério para a ciência?

Collins – Essa abordagem é um grande erro. Os cientistas não podem cair na armadilha a que chamo de “lacuna divina”. Lamento que o movimento do design inteligente tenha caído nessa cilada ao usar o argumento de que a evolução não explica estruturas tão complicadas como as células ou o olho humano. É dever de todos os cientistas, inclusive dos que têm fé, tentar encontrar explicações racionais para tudo o que existe. Todos os sistemas complexos citados pelo design inteligente – o mais citado é o “bacterial flagellum”, um pequeno motor externo que permite à bactéria se mover nos líquidos – são um conjunto de trinta proteínas. Podemos juntar artificialmente essas trinta proteínas, que nada vai acontecer. Isso porque esses mecanismos se formaram gradualmente através do recrutamento de outros componentes. No curso de longos períodos de tempo, as máquinas moleculares se desenvolveram por meio do processo que Darwin vislumbrou, ou seja, a evolução.

Veja – Qual a sua leitura da Bíblia?

Collins – Santo Agostinho, no ano 400, alertou para o perigo de se achar que a interpretação que cada um de nós dá à Bíblia é a única correta, mas a advertência foi logo esquecida. Agostinho já dizia que não há como saber exatamente o que significam os seis dias da criação. Um exemplo de que uma interpretação unilateral da Bíblia é equivocada é que há duas histórias sobre a criação no livro do Gênesis 1 e 2 – e elas são discordantes. Isso deixa claro que esses textos não foram concebidos como um livro científico, mas para nos ensinar sobre a natureza divina e nossa relação com Ele. Muitas pessoas que crêem em Deus foram levadas a acreditar que, se não levarmos ao pé da letra todas as passagens da Bíblia, perderemos nossa fé e deixaremos de acreditar que Cristo morreu e ressuscitou. Mas ninguém pode afirmar que a Terra tem menos de 10 000 anos a não ser que se rejeitem todas as descobertas fundamentais da geologia, da cosmologia, da física, da química e da biologia.

Veja – O senhor acredita na Ressurreição?

Collins – Sim. Também acredito na Virgem Maria e em milagres.

Veja – Não é uma contradição que um cientista acredite em dogmas e milagres?

Collins – A questão dos milagres está relacionada à forma como se acredita em Deus. Se uma pessoa crê e reconhece que Ele estabeleceu as leis da natureza e está pelo menos em parte fora dessa natureza, então é totalmente aceitável que esse Deus seja capaz de intervir no mundo natural. Isso pode aparecer como um milagre, que seria uma suspensão temporária ou um adiamento das leis que Deus criou. Eu não acredito que Deus faça isso com freqüência – nunca testemunhei algo que possa classificar como um milagre. Se Deus quis mandar uma mensagem para este mundo na figura de seu filho, por meio da Ressurreição e da Virgem Maria, e a isso chamam milagre, não vejo motivo para colocar esses dogmas como um desafio para a ciência. Quem é cristão acredita nesses dogmas – ou então não é cristão. Faz parte do jogo.

Veja – É possível acreditar nas teorias de Darwin e em Deus ao mesmo tempo?

Collins – Com certeza. Se no começo dos tempos Deus escolheu usar o mecanismo da evolução para criar a diversidade de vida que existe no planeta, para produzir criaturas que à sua imagem tenham livre-arbítrio, alma e capacidade de discernir entre o bem e o mal, quem somos nós para dizer que ele não deveria ter criado o mundo dessa forma?

Veja – Alguns cientistas afirmam que a religião e certas características ligadas à crença em Deus, como o altruísmo, são ferramentas inerentes ao ser humano para garantir a evolução e a sobrevivência. O senhor concorda?

Collins – Esses argumentos podem parecer plausíveis, mas não há provas de que o altruísmo seja uma característica do ser humano que permite sua sobrevivência e seu progresso, como sugerem os evolucionistas. Eles querem justificar tudo por meio da ciência, e isso acaba sendo usado para difundir o ateísmo.

Veja – Mas o altruísmo é visto hoje pela genética do comportamento como uma característica herdada pelos genes, assim como a inteligência. O senhor, como geneticista, discorda da genética comportamental?

Collins – Há muitas teorias interessantes nessa área, mas são insuficientes para explicar os nobres atos altruístas que admiramos. O recado da evolução para cada um de nós é propagar o nosso DNA e tudo o que está contido nele. É a nossa missão no planeta. Mas não é assim, de forma tão lógica, que entendo o mundo, muito menos o altruísmo e a religiosidade. Penso em Oskar Schindler, que se sacrificou por um longo período para salvar judeus, e não pessoas de sua própria fé. Por que coisas desse tipo acontecem? Se estou caminhando à beira de um rio, vejo uma pessoa se afogar e decido ajudá-la mesmo pondo em risco a minha vida, de onde vem esse impulso? Nada na teoria da evolução pode explicar a noção de certo e errado, a moral, que parece ser exclusiva da espécie humana.

Veja – Muitas religiões são contrárias ao uso de técnicas científicas que poderiam salvar vidas, como a do uso de células-tronco. Como o senhor se posiciona nessa polêmica?

Collins – Temos de ser sensíveis e respeitar as diferentes religiões no que diz respeito aos avanços científicos. Mas interromper as pesquisas científicas ou impedir que uma pessoa com uma doença terrível tenha uma vida melhor só porque a religião não aceita determinado tratamento é antiético. Por outro lado, existem fronteiras que a ciência não deve transpor, como a clonagem humana, que além de tudo não serviria para nada a não ser para nos repugnar. Cada caso tem de ser avaliado isoladamente.

Veja – Os geneticistas são muitas vezes acusados de brincar de Deus. Como o senhor encara essas críticas?

Collins – Se todos brincássemos de Deus como Deus gostaria, com esperança e amor, ninguém se abateria muito com comentários do gênero. Mas somos seres humanos e temos propensão ao egoísmo e aos julgamentos equivocados. O importante é não reagir de forma exagerada à perspectiva de que as pessoas possam vir a fazer mau uso das descobertas da genética, mas sim focar o lado bom dessa “brincadeira”. A maior parte das pesquisas genéticas busca a cura de doenças como câncer, problemas cardíacos, esquizofrenia. São objetivos louváveis. Para evitar o uso impróprio da ciência, o Projeto Genoma Humano apóia um programa que visa a preservar a ética nas pesquisas genéticas e certificar-se de que todas as nossas descobertas beneficiarão as pessoas e a sociedade.

Veja – O que esperar das pesquisas genéticas no futuro?

Collins – Nos próximos dois ou três anos vamos descobrir os fatores genéticos que criam a propensão ao câncer, ao diabetes e às doenças cardiovasculares. Isso possibilitará que as pessoas saibam que provavelmente vão desenvolver esses males e tomem medidas preventivas contra eles, com a ajuda do médico. Mais à frente, as descobertas das relações entre o genoma e as doenças farão com que os tratamentos e os remédios sejam personalizados, tornando-os mais eficientes e com menos efeitos colaterais.

Veja – O senhor acredita que Deus ouve suas preces e as atende?

Collins – Eu nunca ouvi Deus falar. Algumas pessoas ouviram. Não acredito que rezar seja um caminho para manipular as intenções de Deus. Rezar é uma forma de entrarmos em contato com Ele. Nesse processo, aprendemos coisas sobre nós mesmos e sobre nossas motivações.


Fonte: Revista ‘Veja’
Extraí de PIB Nova Friburgo
Relacionados:
Francis S. CollinsRCCRJChristian TodayCNN.com

Momento Família

Essa é a Thalita, ela esta no jardim do Méier
Thalita do Papai e da Mamãe
Essa menina é uma gracinha
Ela e sua Boneca Bebel
Se sentiu modelo aqui

Conversão de Rute


Leitura Bíblica : Rute 1.14-18

''O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus (Rt 1.16)''.

O período dos juízes foi um tempo em que o povo de Israel sofreu muito. Devido à escassez de alimentos, uma família de Belém – Elimeleque, Noemi e os filhos Malom e Quiliom – mudou-se para a terra de Moabe, um povo pagão.

Em Moabe esperava encontrar alívio para o seu sofrimento, mas situação se tornou pior com a morte do chefe da família. Apesar da proibição na Lei de Moisés contra casamentos mistos, os dois filhos casaram-se com mulheres moabitas, Rute e Orfa.

Passados dez anos, Malom e Quiliom também morreram, deixando Rute e Orfa viúvas. Enfim, tudo estava dando errado naquela família, restando agora três mulheres viúvas e desamparadas.

Nessa situação, Noemi ouve falar que Deus teve misericórdia do seu povo, dando-lhe pão. Resolve então voltar para sua terra; mas o que fazer com suas noras? Noemi insiste com elas que voltem para o seu povo e os seus deuses. Orfa despede-se da sogra com um beijo, mas Rute apega-se a ela, dizendo as palavras que acabamos de ler na Bíblia.

Que declaração magnífica! Tendo sido certamente influenciada pela sua sogra e demonstrando o mais sublime amor filial e lealdade, sem levar em conta o custo pessoal, Rute estava decidida a enfrentar um futuro incerto, num país estrangeiro e talvez hostil.

Ela aceitaria a terra, o povo, os costumes, o cuidado pela sogra idosa e até mesmo o Deus de sua sogra Noemi. Isto é o que se chama de conversão – a disposição de deixar para trás tudo que parecia importante na vida para dedicar-se a Deus e passar a fazer do seu povo.

A partir daí, a vida de Rute tomou um rumo novo e rico em sentido. Que esta seja também a sua disposição, como alguém comprometido em seguir e obedecer ao Senhor.

A vida começa de verdade quando a submetemos a Deus.

Texto de Alcir Ribeiro (meu amigo)

Congresso de Mocidade Ass. de Deus em Silva Jardim

Tema do Congresso
Foto do Templo assim quando Chegamos

A Orquestra da Mocidade Local

05 agosto 2008

Ambição e ètica


Ambição é tudo o que você pretende fazer na vida. São seus objetivos, seus sonhos, suas resoluções para o novo milênio. As pessoas costumam ter como ambição ganhar muito dinheiro, casar com uma moça ou um moço bonito ou viajar pelo mundo afora. A mais pobre das ambições é querer ganhar muito dinheiro, porque dinheiro por si só não é objetivo: é um meio para alcançar sua verdadeira ambição, como viajar pelo mundo. No fim da viagem você estará de volta à estaca zero quanto ao dinheiro, mas terá cumprido sua ambição.
As pessoas mais infelizes que eu conheço são as mais ricas. Quanto mais rico, mais infeliz. Nunca me esqueço de um comentário de uma copeira, na casa de um empresário arquimilionário, que cochichava para a cozinheira: "Todas as festas de rico são tão chatas como esta?" "Sim, todas, sem exceção", foi a resposta da cozinheira.
De fato, ninguém estava cantando em volta de um violão. Os homens estavam em pé numa roda falando de dinheiro, e as mulheres numa outra roda conversavam sobre não sei o que, porque eu sempre fico preso na roda dos homens falando de dinheiro.
Não há nada de errado em ser ambicioso na vida, muito menos em ter "grandes" ambições. As pessoas mais ambiciosas que conheço não são os pontocom que querem fazer um IPO (sigla de oferta pública inicial de ações) em Nova York. São os líderes de entidades beneficentes do Brasil, que querem "acabar com a pobreza do mundo" ou "eliminar a corrupção do Brasil". Esses, sim, são projetos ambiciosos.
Já ética são os limites que você se impõe na busca de sua ambição. É tudo que você não quer fazer na luta para conseguir realizar seus objetivos. Como não roubar, mentir ou pisar nos outros para atingir sua ambição. A maioria dos pais se preocupa bastante quando os filhos não mostram ambição, mas nem todos se preocupam quando os filhos quebram a ética. Se o filho colou na prova, não importa, desde que tenha passado de ano, o objetivo maior.
Algumas escolas estão ensinando a nossos filhos que ética é ajudar os outros. Isso, porém, não é ética, é ambição. Ajudar os outros deveria ser um objetivo de vida, a ambição de todos, ou pelo menos da maioria. Aprendemos a não falar em sala de aula, a não perturbar a classe, mas pouco sobre ética. Não conheço ninguém que tenha sido expulso da faculdade por ter colado do colega. "Ajudar" os outros, e nossos colegas, faz parte de nossa "ética". Não colar dos outros, infelizmente, não faz.
O problema do mundo é que normalmente decidimos nossa ambição antes de nossa ética, quando o certo seria o contrário. Por quê? Dependendo da ambição, torna-se difícil impor uma ética que frustrará nossos objetivos. Quando percebemos que não conseguiremos alcançar nossos objetivos, a tendência é reduzir o rigor ético, e não reduzir a ambição. Monica Levinski, uma insignificante estagiária na Casa Branca, colocou a ambição na frente da ética, e tirou o Partido Democrata do poder, numa eleição praticamente ganha, pelo enorme sucesso da economia na sua gestão.
Definir cedo o comportamento ético pode ser a tarefa mais importante da vida, especialmente se você pretende ser um estagiário. Nunca me esqueço de um almoço, há 25 anos, com um importante empresário do setor eletrônico. Ele começou a chorar no meio do almoço, algo incomum entre empresários, e eu não conseguia imaginar o que eu havia dito de errado. O caso, na realidade, era pessoal: sua filha se casaria no dia seguinte, e ele se dera conta de que não a conhecia, praticamente. Aquele choro me marcou profundamente e se tornou logo cedo parte da ética na minha vida: nunca colocar minha ambição na frente da minha família.
Defina sua ética quanto antes possível. A ambição não pode antecedê-la, é ela que tem de preceder à sua ambição.
Publicado na Revista Veja edição 1684 ano 34 no 3 de 24 de janeiro de 2001
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