14 agosto 2008

Carta a um obreiro intinerante



Querido, se você estiver lendo esta carta, é sinal que chegou em paz ao hotel, e que acabou de abrir a sua mala de viagem.

Confesso que fiquei bastante entusiasmada com o fato de seu ministério começar a ganhar projeção nacional. Percebia em seu semblante a alegria e em seus gestos a euforia diante dos convites recebidos.


No retorno de cada viagem, a sua chegada em casa era bastante aguardada por mim e pelas crianças, pois além de matar a saudade, ouvia-mos acerca das maravilhas que Deus estava realizando através da sua vida.

O tempo passou, os convites aumentaram, e o que não esperava aconteceu: você se distanciou de mim. Não é fácil passar um mês inteiro sozinha, visto que ao final de cada evento, de lá mesmo, você atende outro convite. Me sinto desamparada, angustiada e aflita.

Em suas raras e rápidas passadas em casa, você não conversa mais comigo, não me olha mais, não me percebe mais, nem me deseja mais. Estou sofrendo. Não lhe falei sobre o assunto pessoalmente porque não tive a oportunidade.

As crianças estão sentindo a sua falta. O Júnior chora constantemente sem nenhum motivo aparente. Acorda durante a noite chamando por você. Fico analisando, o que será que ele vai pensar do pai quando crescer? Será que ele terá seqüelas por isto?

Faço o possível para não demonstrar publicamente meus sentimentos, finjo que tudo está bem, mas parece que os irmãos já perceberam a situação, sem falar que sempre perguntam por você.

Não gostaria de me sentir como um obstáculo para o teu ministério, contudo, acredito numa frase que li a pouco tempo que dizia: "Nenhum sucesso compensa o fracasso da família".

Pense nisto. Na esperança de dias melhores,

Tua esposa.

Te amo.

OBS: Esta carta é baseada em fatos reais.



Extraído de Altair Germano

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