18 julho 2011

Introdução a Pneumatologia - Parte 5

A Deidade do Espírito Santo

As escrituras ensinam enfaticamente sobre a Divindade do Espírito Santo. Não obstante, têm existido aqueles que negam em verdade. Ário, um presbítero de Alexandria, do quarto século de nossa era, introduziu o ensino, sustentando que Deus é uma eterna pessoa, e que Ele criou a Cristo, o qual por sua vez criou o Espírito Santo, negando assim sua Divindade.

Esse ensino obteve grande aceitação na Igreja de então, mas foi corrigido pelo credo de Niceno, de 324 d.C. Por Divindade do Espírito Santo se entende que Ele é um com Deus, fazendo parte da Divindade, sendo co-igual, co-eterno e consubstancial com o Pai e com o Filho.

O texto de 1Coríntios 2:4-14 vemos que o Espírito Santo é mencionado juntamente com o Senhor Deus (VV. 5, 7,9-12,14) e o Senhor Jesus Cristo (v.8; também os VV.2,16). Isto já denota a divindade do Espírito Santo.

Esta mesma sublime verdade da Trindade Santa vê-se através da Bíblia em muitas outras passagens, como 1Coríntios 12:4-6.

O Espírito Santo possui atributos:

·     Ele é eterno – infinito em existência; sem princípio; sem fim; sem limitação de tempo (Hb. 9:14);

·     Ele é onipresente – está presente em todo lugar (Sl. 139:7-10);

·     Ele é onipotente – tem pleno poder todas as coisas (Sl. 104:30);

·     Ele é onisciente – tem pleno conhecimento (1Co. 2:10, 11);

·     Ele é denominado Senhor (2Co. 3:16-18);

·     Ele é descrito como Criador (Jó. 26:13; 33:4: Sl. 33.4; Sl. 104.3; Gn. 1:1, 2; Ez. 37:9, 10).

O Espírito Santo como vimos, acima, é classificado e mencionado juntamente com o Pai e o Filho, o que é, sem dúvidas, uma grande evidência da sua divindade.

1.Na fórmula doutrinária do batismo nas águas (Mt. 28:19).

Aqui a Bíblia não diz “nos nomes’’, como se as três Pessoas da santíssima Trindade fossem uma só, mas ‘’em nome’’ – singular -, distinguindo cada Pessoa existente em Deus: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

2.Na invocação da benção tríplice sobre a Igreja (2Co. 13:13).

3.Na doutrina da habitação do Espírito Santo no crente (Rm. 8:9).

4.Na descrição bíblica do estado do crente diante de Deus (1Pe. 1:2).

5.Nas diretrizes ao povo de Deus (Jd. vv.20,21). Aqui também o Espírito é mencionado em primeiro; em seguida, o Pai; por fim, o Filho.

6.Na doutrina da unidade da fé cristã (Ef. 4:4-6). Aqui também o Espírito é mencionado em primeiro lugar, seguido do Senhor Jesus e de Deus, o Pai.

7.Na saudação bíblica às sete Igrejas da Ásia (Ap. 1:4, 5). 

 As Ministrações do Espírito Santo

As operações do Espírito Santo são dinâmicas (Gn 1.2) e, por isso, Ele é mais mencionado no Antigo Testamento como “Espírito”. No Novo Testamento, o Consolador é apresentado com “Espírito Santo”, o que destaca seu principal ministério na Igreja: santificar o crente. Mas o seu ministério não se restringe apenas à santificação. Vejamos quais são as ministrações do Espírito:

l- O Novo Nascimento:

O novo nascimento (Jo 3: 7,8) abrange a regeneração e a conversão, que são dois lados de uma só realidade. Enquanto a regeneração enfatiza o nosso interior, a conversão, o nosso exterior. Quem diz ser nascido de novo deve demonstrar isso no seu dia a dia. A expressão “de novo” (v.3), de acordo com o texto original, significa “nascer do alto, de cima, das alturas”. Isto quer dizer que se trata de um nascimento espiritual realizado pelo Espírito Santo”. O homem natural, portanto, desconhece esse novo nascimento (VV. 4- 12; Jo 16:7-11; Tt 3:5).

ll- A Habitação no crente (João 14:16, 17; Rm 8:9)

No Antigo Testamento, o Espírito agia entre o povo de Deus (Ag 2:5; Is 63: 11b), mas, com o advento de Cristo e por sua mediação, o Espírito habita no crente (Jo 20:21,22). Este privilégio é também reafirmado em 1Corintios 3: 16; 1Co 6: 19; 2Co 6:16; Gálatas 4: 6; Tg 4: 5; Ez 16: 42; Ez 24: 13.

lll- O Testemunho de Que Somos Filho de Deus (Rm 8:15)

Esse testemunho é uma plena convicção produzida no crente pelo Espírito Santo de que Deus é o nosso Pai celeste (Rm 8: 15) e de que somos filhos de Deus : “O mesmo Espírito testifica... que somos filhos de Deus” (Rm 8: 16). É, pois, um testemunho objetivo e subjetivo, da parte do Espírito Santo, concernente a nossa salvação em Cristo.

IV- A Fé Para Salvação (Atos 11:24)

É a vida da fé (Rm 1:17), “pelo Espírito” (Gl 5:5). Tal fé, segundo Atos 11: 24, procede do Espírito, a fim de que o crente permaneça fiel por meio da manifestação do fruto do Espírito (Gl 5: 22b). Uma coisa decorre da outra. Os heróis de Hebreus 11 venceram “pela fé”, porque o Espírito a supria (2Co 4:13; Hb 10:38).

V- A Santificação posicional do Crente

A Santificação sob este aspecto é perfeita e completa “em Cristo”, mediante a fé. Ela ocorre por ocasião do novo nascimento (1Co 1: 2; Hb 10: 10; Cl 2: 10; 1 Jo 4:17; Fl 1:1), sendo simultânea com a justificação “em Cristo” (1Co 6: 11; Gl 2: 17a).

VI- O Batismo do ou Pelo Espírito (1Co12: 13; Gl 3:27; Rm 6:3)

Este batismo “do” ou “pelo” Espírito é algo tão real, apesar de ser espiritual, que a Bíblia o denomina como “batismo”. Em todo batismo, há três pessoas: um batizador; im batizando; e um meio em que o candidato é imerso (1Co 12: 13).

VII- O batismo ‘’Com’’ ou ‘’No’’ Espírito Santo

A evidência física desse glorioso batismo são as línguas sobrenaturais faladas pelo crente conforme o Espírito concede (At 1:4,5,8; At 2: 1-4; At 10: 44-46; At 11: 16; At 19: 2-6). É uma ministração de poder do alto pelo Espírito, provida pelo Pai, mediante o Senhor Jesus (Jo 14: 2; At 2: 32,33). Como esse assunto merece um tópico à parte, o analisaremos abaixo.

a)   – No batismo pelo Espírito Santo, o batizador é o Espírito de Deus (1Co 12:13).

b)   – O batizando é o novo convertido.

c) - O elemento em que recém-convertido é imerso, a Igreja, como corpo místico de Cristo (1Co 12: 27; Ef 1: 22,23).

Portanto, o Espírito Santo realiza esse batismo espiritual no momento da nossa conversão, inserindo o crente na Igreja (Mt 16:18). Logo, todos os salvos são batizados “pelo Espírito Santo” para pertencerem ao corpo de Cristo – a Igreja, mas nem todos são batizados “com” ou “no” Espírito.

VIII- A Santificação Progressiva (IPe 1:15, 16; 2Co7: 1, 3, 17,18)

Essa verdade é declarada no texto origianl de Hebreus 10: 10,14. No versículo 10, a ênfase recai sobre o estado ou a posição do crente – santo: “Temos sido santificados”. O versículo 14, no entanto, não só reafirma o estado anterior, “santo”, como declara o processo contínuo de santificação proveniente de tal posição: “sendo santificados”.

IX- A Oração No Espírito

Essa ministração do Espírito no crente, capacita-o a orar, inclusive a interceder por outros (Rm 8:26,27; Ef 6:18; Jd v.20; Zc 12:10; 1Co 14:14,15). Logo, só podemos orar de modo eficaz se formos assistidos e vivificados pelo Espírito Santo. A “oração no Espírito” de que trata Judas no versículo 20, refere-se a essa capacidade concedida pelo Espírito.

X- Selo e Penhor (2Co. 1:22; Ef 1:13, 14, Ef 4:39; 2 Co 5:5)

1 – Selo: Nos tempos bíblicos, era usado para designar a posse de uma pessoa sobre algum objeto ou coisa selada. Indicava propriedade particular, segurança e garantia. Não é o batismo com o Espírito Santo, mas a habitação do Espírito, como prova de que o mesmo é posse ou propriedade particular de Deus.

2 – Penhor: O “penhor da nossa herança”(Ef 1:14). Era o primeiro pagamento efetuado a fim de se adquirir uma propriedade. Mediante esse “depósito”, a pessoa assegurava o objeto como propriedade exclusiva. Assim, o Senhor Jesus deu-nos o Espírito Santo, como garantia de que somos sua propriedade exclusiva e intransferível. O Senhor Jesus investiu em nós imensuráveis riquezas do Espírito Santo como penhor ou garantia de que muito em breve Ele virá para levar para si sua propriedade peculiar, a Igreja de Deus (Tt 2:14).

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